O que ando a aprender

A poesia não se gasta nas pessoas que nos inspiram fica naquele lugar, onde o imaginário poderia ter sido o que na realidade nunca foi. Henrique Narciso 8/4/2014 00:10

Houve um tempo em que não ouvia a musica nas ruas, Não percebia que a melodia caminhava, ali mesmo, nos passeios de pedra  Descobri o ritmo escondido no teu olhar, ora acelerado ou quase parado Foi nele em que se combinou tudo e de onde compusemos uma banda sonora Penso que primeiro, Foi o vento que empurrou a minha anca naquela nossa primeira dança, De certeza, que foi. Não me recordo, pois estava embriagado de tão doces os teus lábios De certeza que foi o vento, esse que me empurrou contra ti  E de onde nasceram os primeiros passos cambaleantes e sincronizados. Com o tempo, aquele que levou entre o primeiro beijo e o seguinte, Colamos nossas ancas e todos os locais transformaram-se em pistas de dança Não me recordo onde dançamos, pois o nosso mundo não tinha lugar físico. Minto, recordo-me de todos os lugares por onde dançamos,  E por onde a nossa alegria deixámos. Henrique Narciso 6/4/2014

Como se diz adeus a um amor que brotou e não murchou Como se vira as costas e se aceita um destino que não estava traçado Como se caminha no sentido oposto, sabendo que não é nessa direcção que a felicidade está? Não sei por onde vou ou irei. Se ao caminhar em frente darei a volta ao mundo e me encontrar de novo no mesmo lugar, onde a felicidade estará à minha espera, onde sempre esteve e não a vi pela chama intensa que não me a deixou olhar De qualquer forma, tenho confiança nos meus pés e na minha orientação pelas estrelas Cá estarei de novo, para te encontrar. Assim que o momento fôr Assim que a brisa esteja a nosso favor, assim que a musica nasça do nada em todo lugar e que aceites de novo em qualquer lugar dançar Henrique Narciso 6/4/2014