Sinto urgência em ser feliz
Sinto urgência em ser feliz
Mais que urgência ou necessidade, sinto obrigação divina para que o seja, que seja feliz.
Ó tu que tanto exiges!
Porque não deixar-nos em ténue miséria sentimental a sobreviver dia após dia, permitindo deambularmos por cada hora como se adormecidos estivéssemos.
Raspa daqui e deixa que estes tormentos entorpecidos deixem de penetrar a rija pele da couraça que tenho carinhosamente criado nestes últimos anos.
Livra-te de a estragares e a espedaçares e deixares-me depois sem defesas, que certamente morrerei de dissabores.
Se quiseres entrar, fá-lo devagar e com cuidado. Não sou este áspero e distante personagem que inventei para teatralizar ao mundo para que se sinta seguro com a minha presença.
Não esperes que te ajude a me destruíres arbitrariamente as múltiplas facetas escondidas que desenhei qual arquitecto a projectar cidades de castelos de areia.
Vou antes sentar-me e ver os pássaros a voar e a chilrear melodias ancestrais. Parecem felizes, livres de espaços e fronteiras, onde escolhem companhias diferentes com o decorrer dos anos.
Se calhar, será melhor deitar-me ladeado de um rio e mirar seus peixes, explorando as aguas arriba e abaixo. Parecem felizes, a nadar sem preocupações, calmos e satisfeitos com sua condição de donos de seu meio.
Melhor, sentar-me-ei em frente ao fogo, a fim de ver a chama arder. Alimenta-se da madeira lentamente fazendo-se viver o mais longo possível. Parece feliz, saber que pode fogosamente existir naquele instante e em pleno mostrar-se sem medos ou receios.
Vou para a beira-mar, ouvir a brisa do mar. Entoando antigas histórias de pescadores, marinheiros e de paixões deixadas no tempo distante. Parece-me feliz a brisa que pode guardar tanta memória para que eternamente as possa contar a melancólicos e perdidos seres as possam ouvir.
Não, viajarei antes para o centro do cosmos, onde o silêncio perdura e o tempo aparenta ter parado. Ahhh que tranquilidade, que espaço imenso deixado por ocupar propositadamente para que nesta paz o próprio vazio se possa sentir feliz, sem que seja perturbado.
Vou parar para ser feliz, percebi agora que não é na agitação mas na contemplação.
Mais que urgência ou necessidade, sinto obrigação divina para que o seja, que seja feliz.
Ó tu que tanto exiges!
Porque não deixar-nos em ténue miséria sentimental a sobreviver dia após dia, permitindo deambularmos por cada hora como se adormecidos estivéssemos.
Raspa daqui e deixa que estes tormentos entorpecidos deixem de penetrar a rija pele da couraça que tenho carinhosamente criado nestes últimos anos.
Livra-te de a estragares e a espedaçares e deixares-me depois sem defesas, que certamente morrerei de dissabores.
Se quiseres entrar, fá-lo devagar e com cuidado. Não sou este áspero e distante personagem que inventei para teatralizar ao mundo para que se sinta seguro com a minha presença.
Não esperes que te ajude a me destruíres arbitrariamente as múltiplas facetas escondidas que desenhei qual arquitecto a projectar cidades de castelos de areia.
Vou antes sentar-me e ver os pássaros a voar e a chilrear melodias ancestrais. Parecem felizes, livres de espaços e fronteiras, onde escolhem companhias diferentes com o decorrer dos anos.
Se calhar, será melhor deitar-me ladeado de um rio e mirar seus peixes, explorando as aguas arriba e abaixo. Parecem felizes, a nadar sem preocupações, calmos e satisfeitos com sua condição de donos de seu meio.
Melhor, sentar-me-ei em frente ao fogo, a fim de ver a chama arder. Alimenta-se da madeira lentamente fazendo-se viver o mais longo possível. Parece feliz, saber que pode fogosamente existir naquele instante e em pleno mostrar-se sem medos ou receios.
Vou para a beira-mar, ouvir a brisa do mar. Entoando antigas histórias de pescadores, marinheiros e de paixões deixadas no tempo distante. Parece-me feliz a brisa que pode guardar tanta memória para que eternamente as possa contar a melancólicos e perdidos seres as possam ouvir.
Não, viajarei antes para o centro do cosmos, onde o silêncio perdura e o tempo aparenta ter parado. Ahhh que tranquilidade, que espaço imenso deixado por ocupar propositadamente para que nesta paz o próprio vazio se possa sentir feliz, sem que seja perturbado.
Vou parar para ser feliz, percebi agora que não é na agitação mas na contemplação.
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